O relatório da Transparência Internacional divulgado, na terça-feira, 30, em Berlin, indica que São Tomé e Príncipe é o 7º país menos corrupto na África subsaariana, mas analistas locais não concordam.
“Quem se dedica a estes estudos e inquéritos tem que vir ao terreno sentir e ver os efeitos reais da corrupção em São Tomé e Príncipe”, diz o analista político Danilo Salvaterra.
Ele aponta “a falta de transparência nos contratos, o desnível social e a falta de transparência nos negócios do estado como situações que levam os cidadãos a pensarem que a corrupção tem aumentado”.
O clientelismo político é outro aspeto apontado pela sociedade civil como promotor da corrupção.
Eduardo Elba, da Federação das organizações não-Governamentais de São Tomé e Príncipe (FONG-STP) diz que “a justiça caiu no descrédito, porque a percepção dos cidadãos é que ela protege os dirigentes corruptos”.
A procuradora do Ministério Público e presidente da Associação das Mulheres Juristas, Vera Cravid, também sente que há mais corrupção, mas lamenta a falta de meios de investigação.
“Tem que se investir mais nos meios de investigação para que se possa julgar e levar até ao fim os alegados casos de corrupção”, afirma Cravid.
E o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, adverte que não se pode passar a ideia de que a corrupção tem aumentado só com base em” boatos e difamação.”
Trovoada promete à Policia Judiciaria e Ministério Público meios de investigação, nomeadamente escutas.
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