O secretário de Estado das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente de São Tomé e Príncipe, Ernestino Gomes, demitiu-se do cargo na sequência do escândalo à volta da sua nomeação pelo facto de estar a cumprir uma pena suspensa de três anos de prisão por falsificação de documentos.
Gomes pediu a sua demissão, 10 dias depois de ter sido nomeado pelo primeiro-ministro Jorge Bom Jesus e empossado pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, e após a denúncia da Acção Democrática Independente (ADI), na oposição.
Na carta de demissão, Ernestino Gomes alega ter sido vítima de informações injuriosas postas a circular nas redes sociais contra a pessoa dele.
“Venho, desta forma, lhe comunicar, senhor primeiro-ministro, que face às informações injuriosas postas a circular nas redes sociais contra a minha pessoa, decidi pelo bom nome do Governo, da acção governativa e pelo bem da nação são-tomense, pedir a minha demissão do cargo”, lê-se na carta de Ernestino Gomes com data de 10 Fevereiro.
O agora demissionário considera ainda que, perante esta situação, não existem mais condições para continuar no cargo e aproveitou para agradecer a confiança que o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, depositou nele.
Em comunicado distribuído à imprensa na segunda feira, 7, o partido ADI, na oposição, denunciou que o primeiro-ministro indicou para o cargo de Secretário de Estado das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, um cidadão “a contas com a justiça, que se dá pelo nome de Ernestino Jesus de Costa Gomes, que falsificou um sem número de documentos, entre eles, guias de receitas do Estado, e que fora condenado a três anos de prisão, com pena suspensa”.
A ADI afirmou ainda que" o referido arguido, apenas a 27 de Dezembro de 2022, se verá livre da pena aplicada pelo tribunal e após o pagamento integral de uma dívida a rondar um milão e 800 mil dobras, cerca de 80 mil dólares”.
O primeiro-ministro ainda não se pronunciou.