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Independência de Angola: Sonhos, aspirações e desejos dos combatentes longe de serem alcançados


Soldados do MPLA comemoram independência de Angola,11 de Novembro de 1975
Soldados do MPLA comemoram independência de Angola,11 de Novembro de 1975

MPLA diz que os sonhos do 11 de Novembro estão a ser "concretizados paulatinamente"

Assinala-se nesta quinta-feira, 11 de Novembro, mais um aniversário da independência de Angola.

Após 46 anos desde aquele dia, activistas e políticos da oposição são unânimes em dizer que os sonhos, aspirações e desejos dos combatentes pela independência não foram realizados, enquanto o MPLA, partido no poder, fala em concretização paulatina dos sonhos.

Activistas e veteranos falam sobre os sonhos da independência de Angola – 3:16
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Rafael de Morais, coordenador da organização não governamental SOS-Habitat, diz haver “um arrependimento total não só dos antigos combatentes pela independência, como de todo povo”.

A mesma opinião tem o activista Nuno Álvaro Dala, quem diz “ter Angola perdido o colono”, mas estar a cumprir a profecia da existência de um novo colonizador.

“Passado este período, certamente nestes combatentes reside uma certa frustração”, acrescenta aquele activista.

Por seu lado, o deputado pela CASA-CE Makuta Nkondo afirma não estarem concretizadas as aspirações dos combatentes pela independência de Angola, muito pelo contrário.

“Esses sonhos dos libertadores de Angola transformaram-se num pesadelo”, diz peremptório.

Oposição contrária tem Domingos Betico, membro do Comité Central do MPLA, quem entende que os sonhos, aspirações e desejos dos combatentes pela independência “vêm sendo concretizados paulatinamente”.

Declarações e guerra civil

A 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto, que viria a ser o primeiro Presidente da República, proclamou a Independência de Angola, em Luanda.

"Em nome do Povo angolano, o Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola, proclama solenemente perante a África e o Mundo a Independência de Angola”, afirmou Neto que no discurso lembrou que o "longo caminho percorrido representa a história heróica de um povo que sob a orientação unitária e correcta da sua vanguarda, contando unicamente com as próprias forças, decidiu combater pelo direito de ser livre e independente".

Entretanto, o controlo do país estava dividido pelos três maiores grupos nacionalistas, MPLA, UNITA e FNLA, pelo que a independência foi proclamada unilateralmente por cada um deles.

Holden Roberto, o então líder da FNLA, proclamou a Independência da República Popular e Democrática de Angola à meia-noite do dia 11 de Novembro, no Ambriz, enquanto Jonas Savimbi, pela UNITA, fazia o mesmo na então Nova Lisboa, actual Huambo.

Logo depois iniciou-se a guerra civil angolana entre os três movimentos.

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