O Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou recentemente a União Africano a manter a sua Missão de Manutenção da paz na Somália (AMISOM), até Maio próximo, mas há críticas quanto ao tratamento de pessoal militar.
Alguns soldados feridos e familiares de soldados mortos dizem que se sentem abandonados e que passam anos para receber as compensações.
Nkunzimana Jeanette, de trinta anos, procura dois certificados que provam a morte do seu marido, que serviu na missão da União Africana na Somália.
O seu marido fora colocado na Somália, quando o grupo militante al- Shabab controlava grande parte do país, incluindo maior parte da capital, Mogadíscio.
Ele perdeu a vida em junho de 2011, depois de cumprir seis meses.
Jeanette se lembra do dia em que ele foi morto.
“Ele ligou a noite e disse que não estava bem; cerca das oito da noite, um dos seus amigos ligou e disse que ele fora atingido por um tiro, mas ainda estava vivo. As 10 da mesma noite, recebi outra chamada e fui informada que ele perdera a vida”
Jeanette naõ gosta da forma como foi tratada depois da morte do marido.
Ela reclama que era suposto “os familiares dos soldados mortos tivessem transporte para casa, mas eu, meu irmão e sogra passamos uma noite em Bujumbura à espera da certidão de óbito. Regressamos no dia seguinte e pagamos os nossos bilhetes de autocarro”
Quinze meses depois, Jeanette recebeu $30 mil dólares, que partilhou com a sogra e outros familiars. No final, ela ficou com cinco mil dólares.
Um militar do Burundi, que foi ferido e não quer divulgar o seu nome por temer retaliação, disse à VOA que não recebeu a devida assistência depois de ter sido atingido por uma bala, em 2011, quando patrulhava Mogadíscio.
A seu entender, um militar atingido por uma bala deveria ser recompensado para ter uma boa vida, mas não é o que tem acontecido. “Não tenho meios suficientes, ninguém cuida de mim, não consigo pagar as propinas dos meus filhos, o que o torna triste,” desabafa.
Depois de anos, este militar disse que recebeu 10 mil dólares da União Africana.
O Embaixador Maman Sidikou, Representante Especial da União Africana na Somália e chefe da AMISOM, reconhece que há problemas com o bem-estar dos soldados feridos, mas diz que cabe aos seus governos levantar essas questões para que sejam resolvidas.