"Uma vida de sofrimento" clamam alguns moradores dos vários municípios da província da Lunda-Sul.
A VOA foi ao encontro dos habitantes destas localidades que dizem atravessar inúmeras dificuldades no dia a dia.
Joaquim Capacho da localidade de Mona Quimbundo contou as vicissitudes porque passam na zona em que vivem: "Está muito mal mesmo na nossa província, muitas dificuldades".
Uma das principais reclamações dos cidadãos da província da Lunda-Sul prende-se com a falta de oportunidades de trabalho, os concursos públicos dizem eles servem apenas de faz de conta.
"É muito difícil a pessoa para quem não tem padrinho na cozinha conseguir emprego, é muito difícil. Nos concursos públicos, os lugares já têm donos que são os filhos dos dirigentes e dos próprios directores", acusa.
Alguns antigos militares vêem os seus processos de reforma parados e dizem não haver emprego para quem combateu.
"Nós, como antigos combatentes, não temos possibilidades, os nossos processos não andam há muito tempo, estamos abandonados não temos vida social", diz Muantianvo que se interroga sobre as razões do desprezo, por parte das autoridades.
No sector da saúde, o cenário não é diferente das demais áreas. Sérgio Armando, de Saurimo, conta como se procede nos hospitais públicos: "Os dirigentes aqui da província quando ficam doentes vão se tratar fora do país, e aqui quando ficas doente lá no hospital o medicamento chama-se receita médica, o médico que te faz o diagnóstico indica-te uma rua com um hospital que é dele, para onde foram desviados os medicamentos essenciais", revela.
Esta situação leva a jovem Julieta Kawango de Saurimo a deixar um recado às autoridades da província: "Que apostem mais nos jovens por serem o futuro do país, se fizerem isso eu tenho a certeza que a província da Lunda Sul será melhor".