Alguns analistas consideram má notícia o facto de o regulador britânico ter desvalorizado a investigação sobre a dívida oculta de Moçambique, porque acreditavam que a investigação externa é que era capaz de aclarar algumas questões em torno desta matéria.
Cinco organizações da sociedade civil moçambicana anunciaram que vão recorrer as Nações Unidas e ao grupo dos 20 países mais desenvolvidos, o chamado G20, por considerarem que a decisão do regulador financeiro britânico "é mais uma evidência de que a comunidade internacional não vai responsabilizar os seus próprios bancos pela dívida oculta de Moçambique".
Refira-se que o regulador financeiro britânico resolveu desvalorizar a investigação criminal, passando-a a uma investigação regulatória, sem direito a pena de prisão e apenas a uma sanção ou multa.
As cinco organizações da sociedade civil moçambicana questionam a sinceridade do Reino Unido e de outros doadores, e duvidam "do seu empenho real na boa governação em Moçambique".
"A comunidade internacional considera que só os líderes e o povo de Moçambique são responsáveis por esta dívida, e exoneram os que estão por trás dela", sublinham as organizações da socidade civil moçambicana.
O grupo anuncia que, para além de entrar em contacto com os reguladores e governos da Suiça, Reino Unido e Estados Unidos, vai recorrer à ONU e ao G20 "para registar as preocupações de que a conduta dos reguladores pode não estar a apoiar a Agenda para o Financiamento do Desenvolvimento, tal como foi definido no plano de acção, que foi aprovado em Adis Abeba", Etiópia.