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Sob mediação angolana, avançam negociações de paz na RDC


Presidentes João Lourenço, de Angola (esq), Paul Kagame, do Ruanda (cen) e Felix Tshisekedi, da RDC, Luanda, 21 Fevereiro 2020
Presidentes João Lourenço, de Angola (esq), Paul Kagame, do Ruanda (cen) e Felix Tshisekedi, da RDC, Luanda, 21 Fevereiro 2020

Planos de retirada ruandesa deverão ser discutidos no final do mês

Os esforços de mediação de Angola na guerra no leste do Congo Democrático que se arrastam há anos prosseguem a passo lento mas pelas poucas informações que são públicas há agora avanços concretos.

As negociações parecem agora estar agora centradas na "neutralização" de um grupo rebelde ruandês e a na retirada de tropas ruandesas do Congo.

Depois de uma longa conversa telefónica quinta-feira entre os Presidentes João Lourenço e Paul Kagame do Ruanda o ministro dos negócios estrangeiros Tete António foi enviado a Kinshasa e há agora, segundo disse o Jornal de Angol,a um acordo para uma reunião de peritos de inteligência do Congo Democrático e do Ruanda no próximo dia 30 em local não revelado.

Ao que se sabe nessa reunião será analisado o que diplomaticamente se chama de “desengajamento das forças e levantamento das medidas defensivas por parte do Ruanda”.

A mediação angolana no conflito parece ter ganho um novo impeto depois de no mês passado o Presidente João Lourenço ter apresentado aos seus homólogos do Ruanda e da República Democrática do Congo (RDC) uma proposta concreta de "acordo de paz duradoura" visando pôr fim ao conflito no leste congolês.

Para o efeito o Presidente angolano reuniu-se em Kigali com o Presidente ruandês Paul Kagame e depois com o Presidente do Congo Democrático Felix Tshisekedi.

Posteriormente os ministros das Relações Exteriores de Angola, Teté António, da RDC, Thérese Kayikwamba, e do Ruanda, Olivier Jean Patrick Nduhungirehe mantiveram pela terceira vez um encontro de dois dias em Luanda seguido de uma reunião de peritos em Luanda no início deste mês.

Nessa reunião segundo o Jornal de Angola tinha sido discutido o “plano harmonizado de Neutralização das FDLR” (Forças Democráticas de Libertação do Ruanda) um grupo rebelde ruandês que opera a partir do Congo e que levou as autoridades ruandesas a enviarem tropas paara o Congo e a apoiarem o M23.

Nessa reunião de peritos foi também discutido “desengajamento das forças e levantamento das medidas defensivas por parte do Ruanda cujo Conceito de Operações (CONOPS) para a sua implentação será elaborada na próxima reunião de peritos de inteligência prevista para os dias 30 de Setembro e 1 de Outubro”.

Essa reunião portanto poderá ser de grande importância para os avanços nas negociações.

Até agora oficialmente não houve participação dos rebeldes do M23 apoiados pelos Ruanda mas há notícias não confirmadas oficialmente que representantes seus teriam também estado em Luanda.

Esta semana o enviado especial do secretário geral da ONU para a região dos Grande s Lagos, Huang Xia, esteve em Luanda onde onde afirmou que as Nações Unidas têm confiança na liderança do "Presidente Lourenço e, também, nos esforços que tem envidado para a conclusão definitiva da situação de segurança e de paz na Região dos Grandes Lagos”.

"As Nações Unidas estão à disposição para acompanhar e apoiar plenamente o Processo de Luanda e os esforços para conseguir a paz, a estabilidade durável na Região dos Grandes Lagos”, sublinhou o enviado de António Guterres.

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