O quadro da imprensa em Angola é caracterizado por alguma concorrência, mas onde há falta de legislação, interferência no exercício da profissão e insegurança dos profissionais.
A afirmação é do presidente do Misa-Angola, Alexandre Neto Solombe, no dia em que a Freedom House publicou o seu relatório que considera Angola um país não livre em matéria de imprensa e a poucos dias da celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Para Solombe, a liberdade de imprensa em Angola continua a deteriorar-se, particularmente nos meios de comunicação públicos, “que reservam 90 por cento do seu espaço para o Governo e apenas 10 por cento para partidos políticos e a sociedade em geral”.
Aquele jornalista afirma ainda que "muitos dos semanários estão a fechar as portas e podem optar por ficar apenas na internet, por ser o último recurso".
Por isso, Solombo entende que o Estado devia apoiar a sobrevivência dessas publicações porque “são marcas que firmaram nomes na praça".
Críticas também aos privados
Quem também defende subsídios para os jornais é Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, que aponta como maior preocupação o silêncio das autoridades frente ao encerramento dos semanários.
“A tendencia é regredir porque se estávamos satisfeitos com o Semanario Angolense hoje já não o temos, por exemplo”, disse Cândido.
O secretário-geral do Sindicato criticou também a actuação dos meios de comunicação social privados, entre eles a Rádio Ecclesia, pertencente à Igreja Católica, e a Despertar, ligada à Unita, que “eram supostamente independentes, mas estão num percurso de retrocesso”.
O Misa-Angola vai publicar a 3 de Maio, Dia da Liberdade de Imprensa, um relatório sobre a situação em Angola.