A situação das crianças nas Lundas é dramática com altos níveis de mortalidade e prostituição infantis, disse o líder do Movimento do Protectorado das Lundas, José Mateus Zecamutchima.
O activista rejeitou as estatísticas oficiais sobre a mortalidade infantil, que indicam uma queda nessas mortes, afirmando que elas não reflectem a realidade vivida nas Lundas onde, segundo disse, os níveis são muito elevados
“O ministro da Saúde foi chamado para constatar esta situação”, disse, adiantando que "o Governo quer apenas sair bem na fotografia perante a comunidade internacional, mas a situação no terreno é completamente diferente''.
O dirigente do Movimento do Protectorado das Lundas afirmou que a mortalidade infantil tem como grande causa a fome, o mesmo acontecendo com mães que morrem durante o parto.
''As mortes de crianças advêm da falta de alimentação e muitas mulheres morrem durante o parto porque, durante a gravidez, nao ser alimentaram bem, não há alimento'', afirmou.
José Mateus Zecamutchima disse estar chocado com o aumento da prostituição infantil
''Uma das coisas novas que nunca vi nas Lundas é a prostituição infantil, meninas de 12, 13,15 anos, com tanta carência que, para sobreviverem, vão se prostituir nas ruas, para conseguir 100 kuanzas para comprar um pão", descreve Zecamutchima, acrescentando que a maior parte destas meninasjá tem bebé nos braços por culpa da pobreza''.
A VOA tentou contactar por telefone o governador da província da Lunda Norte, mas sem sucesso.