A situação política vivida na Guiné-Bissau colocou em lados opostos os dois principais partidos de Cabo Verde no primeiro dia da sessão legislativa de Março.
O PAICV criticou o que considera de silêncio do Governo, enquanto o MpD, no poder, acusou a oposição de ingerência nos assuntos internos do país.
Numa declaração política do PAICV, o deputado José Gomes da Veiga disse estranhar a não tomada de uma posição do Governo, “condenando a alteração à força do normal funcionamento das instituições democráticas”.
Para o parlamentar, é preciso encarar a situação com calma e serenidade, mas não se pode “deixar de lamentar e condenar a alteração da ordem institucional e constitucional à base da força”.
Em respposta, a bancada do MpD, no poder, criticou o principal partido da oposição pelo posicionamento e considerou “que não se deve ingerir nos assuntos internos de um país estrangeiro”.
A deputada Filomena Gonçalves afirmaou o Governo de Cabo Verde “é responsável e está a agir no quadro das organizações a que pertence, nomeadamente a CPLP e a CEDEAO”, para se encontrar a melhor saída visando resolver o problema do país irmão a Guiné-Bissau.
O Chefe de Estado cabo-veridano Jorge Carlos Fonseca, que tem a Presidência rotativa da CPLP, ainda não se pronunciou e, segundo a Presidência da República, não o irá fazer por agora.