Sindika Dokolo é um nome que surge, logo de entrada, ligado ao da sua esposa, Isabel do Santos, filha do antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Com o império empresarial criado por Isabel dos Santos, e por ele, durante o longo consulado de Santos pai à frente de um dos mais ricos países africanas, Angola, Sindika Dokolo passou ao lado de muitos como o que mais consumiu o seu tempo: um homem das artes e um veemente defensor da arte africana.
Esta sensibilidade tê-la-á herdado do pai, Augustin Dokolo Sanu, banqueiro e empresário de sucesso, mas também um apaixonado pelas artes.
Natural da República Democrática do Congo (RDC), onde nasceu em 1972, a mãe é uma dinamarquesa, Hanne Taabbel.
Cresceu na Europa, entre Bélgica e França, e por iniciativa do pai, Sindika Dokolo começou aos 15 anos de idade a constituir uma colecção de obras de arte.
O pai tornou-se num grande coleccionador de arte e a sua mãe o levou a visitar os museus da Europa.
Em 1995, Dokolo decidiu voltar aos seu país para entrar nos negócios da família, que assumiu depois da morte do pai, em 2001.
Depois de se casar com Isabel do Santos, ele instalou-se em Luanda e criou a Fundação Sindika Dokolo, a fim de promover as artes e festivais de cultura em Angola e noutros países, além de pretender criar um centro de arte contemporânea na capital angolana.
Um dos seus grandes desafios era fazer regressar à África as obras de arte que foram retiradas do continente durante o tempo colonial.
Nesse sentido, Sindika Dokolo uma campanha mundial para devolver, a África, as peças de arte vendidas ilegalmente durante o período colonial.
A Fundação dele entregou a Angola duas máscaras e uma estatueta do povo Tchokwe, que tinham sido saqueadas durante o conflito armado, recuperadas após vários anos de negociação com colecionadores europeus.
No total, ele terá feito regressar ao país 20 peças de arte que tinham sido levadas de museus angolanos para colecções estrangeiras.
Também tinha recuperado duas peças para o seu país, RDC.
Entretanto, esse coleccionador de arte viu-se envolvido no escândalo divulgado em Janeiro com a esposa, o chamado Luanda Leaks, que revelou como ele e Isabel dos Santos criaram um império milionário.
A 29 de outubro, Sindika Dokolo, morreu durante um mergulho no Dubai.
Muitos que o conheceram e lidaram com ele garantem que ele “respirava arte” e o “negócio” dele era a arte e a paixão pela arte africana.
O artista plático Binelde Hyrcan é um deles para quem “Sindika representa muito”, “um irmão mais velho” e que também lhe abriu as portas no mundo das artes.
A cantora angola de rock alternativo Irina Vasconcelos reconhece o valor do Dokolo na luta pela afirmação da arte africana e diz que “todos devíamos continuar a lutar para mais espaços” para a cultura africana.
Binelde e Irina são os convidados da rubrica de "Artes" sobre a obra de Sindika Dokolo.
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