O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA) deu início na segunda-feira, 21, a uma nova paralisação das actividades da classe, em protesto pela falta de resposta do Governo ao caderno reivindicativo apresentado em Setembro do ano passado.
Entretanto, em alguns hospitais, principalmente da periferia de Luanda, há quem diz não existir paralisação, cenário muito diferente no centro da capital.
A greve, segundo anunciou o sindicato, é por tempo indeterminado e durante a sua vigência estão suspensos os trabalhos nas enfermarias, seminários, internatos de especialidade, admissão e alta de pacientes, assim como passagem de relatórios, atestados médicos e certificados de óbitos.
Numa ronda feita aos hospitais municipais de Viana e Belas a situação é aparentemente calma e técnicos de enfermagem disseram não existir greve.
Mas o ambiente é diferente no centro da capital.
Na Pediatria de Luanda, por exemplo, as consultas externas estão suspensas e todos os pacientes são encaminhados ao Banco de
Urgência quando a situação é preocupante.
Rosa Manuel, mãe, disse que “viram o bebé, disseram que estão em greve e que devia ir para o Banco de Urgência".
Sindicato à espera e decidido a continuar
Entretanto, Adriano Manuel, presidente SINMEA, diz que a greve tem várias fases mas que o sindicato está aberto ao diálogo.
"Neste momento estamos com a força de trabalho a 25%, estamos disponíveis para dialogar, mas se o Governo angolano não dialogar vamos passar para 15% e na semana a seguir a 10%”, promete.
Manuel lamenta que, mesmo com a primeira paralisação e a actual, o Executivo não tenha resolvido quase nada.
“Continuamos com péssimos salários e não podemos continuar a ser enganados desta maneira”, conclui o líder sindical.
O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre a paralisação.