O Sindicato dos Médicos Angolanos (Sinmea) vai formalizar nesta semana uma queixa-crieme contra a Polícia Nacional (PN) pela morte do médico Sílvio Dala, numa das esquadras da corporação no passado dia 1.
O presidente da organização sindical, Adriano Manuel, refuta o resultado da causa da morte apresentada pela PN, que alegou "uma crise" numa das esquadras da corporação.
"A causa da morte que foi avançada pela polícia não é a real. Quem é médico e estudou medicina sabe que aquela não é a causa que matou o Sílvio. Digo isso porque somos médicos", revelou Manuel durante a manifestação que no sábado, 12, pediu justiça no caso.
Adriano Manuel garante que, por isso, “vamos ter um encontro com os advogados para formalizar uma queixa-crime contra as autoridades policiais nos tribunais”.
O sindicalista ainda exigiu que a PN “assuma a responsabilidade e cuide dos filhos do Sílvio”.
O médico, recorde-se, morreu numa esquadra policial em Luanda depois de ter sido detido por não usar máscara dentro do seu carro privado.
No sábado, centenas de pessoas manifestaram-se na capital angolana contra a violência policial e pediram a demissão do ministro do Interior, Eugénio Laborinho, da ministra da Saúde, Silva Lutucuta, e do comandante geral da PN, Paulo de Almeda.
Na semana passada, o comandante-geral da PN, Paulo Almeida, disse à rádio pública não ter sido morto nenhum médico nas celas da policia e considerou o falecimento de Sílvio Dala "uma morte patológica".