A Organização Nacional dos Professores (ONP), em Nampula, norte de Moçambique, teme que as escolas estejam mal preparadas para o reinício da aulas, a 27 deste mês.
As aulas de todos os níveis foram interrompidas em março em todo o país para travar a propagação do novo coronavirus, mas as autoridades decidiram a reabertura faseada, medida que é contestada em vários círculos.
André Jana, secretário da ONP, diz que apesar do Governo ter marcado o reinício das aulas para o dia 27 deste mês, em termos reais as escolas ainda não estão em condições.
O sindicalista diz que para o reinicio das aulas é preciso reduzir a exposição dos professores e alunos ao vírus causador da Covid-19, nomeadamente garantindo a higienização e controlo da temperatura.
Ele recorda que o acesso à água, fundamental para a higienização, é uma das grandes dificuldades nas escolas de Nampula, quem têm por turma uma média de 74 alunos. A província é a mais populosa do país com, pelo menos, de seis milhões de habitantes.
Prevê-se que no reinício de aulas, as turmas acolham 20 alunos cada, o que para Jana vai exigir o aumento do número de professores e auxiliares e subsídio de risco.
Os pais e encarregados de Educação ouvidos pela VOA dizem que não irão mandar os seus filhos para escola, porque as salas de aula podem ser locais de alto risco de contaminação, e sugerem o cancelamento do ano letivo.
Mesmo reconhecendo os desafios, Jana diz “os professores estão preparados para continuar a trabalhar, até porque anular o ano letivo terá muitas implicações, principalmente para os alunos do último ano”.
Moçambique registou até hoje, 9 de julho, 1092 casos de Covid-19. Nampula é a província mais infectada com 247 casos. No país, a doença matou nove pessoas.