A classe trabalhista em Angola considera estar a viver a pior fase de humilhação e de injustiças, algo nunca antes registado, na história do país.
Para falar sobre o assunto, ouvimos O secretário geral da Central Geral dos Sindicatos Livres de Angola, Francisco Jacinto, a especialista em direito do trabalho, Márcia Nigiolela, o representante do Ministério da Administração Pública, trabalho e segurança social, Hugo Braz e o economista Carlos Rosado de Carvalho.
A situação laboral dos trabalhadores em Angola clama por uma intervenção urgente das autoridades que têm a tutela do seu futuro e destino, sob pena do pais conhecer uma instabilidade, com consequências, sociais e económicas imprevisíveis.
Desde a sua independência, Angola nunca viveu um período de tão profunda crise, ao ponto da maioria das empresas, registarem um ambiente de falência técnica e administrativa, cuja precariedade se reflecte na escalada de despedimentos de funcionários.
Só em 2018 mais de 100 mil trabalhadores angolanos perderam o seu emprego.
Em 2015 entrou em vigor uma nova lei geral do trabalho, que deixou os trabalhadores, cada vez mais vulneráveis e sem meios de defesa, contras as várias injustiças, que são protagonizadas pela entidade empregadora.
Por ocasião de mais um aniversário do dia internacional do trabalhador, comemorado esta semana, a classe trabalhista marchou em diversas ruas das principais cidades do país. Ocasião aproveitada para manifestar o sentimento de desespero da classe, confrontada com magros salários, sem garantias de segurança social e protecção da sua invalidez, quando atingirem a fase da reforma.
Para justificar toda esta conjuntura, as autoridades angolanas apontam a crise económica e a má gestão do país, como sendo principais males deste clima de instabilidade social.
O secretário geral da Central Geral dos Sindicatos Livres de Angola, Francisco Jacinto, descreve uma realidade difícil, que persegue todos os anos os trabalhadores angolanos.