O antigo primeiro-ministro guineense e presidente do PAIGC Domingos Simões Pereira disse não temer regressar ao país apesar das denúncias do seu partido de que o Ministério Público quer prendê-lo.
No dia em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas analisa o relatório do representante do secretário-geral em Bissau, Domingos Simões Pereira aponta o dedo ao Presidente da República e diz que a pretensão de o prender integra-se numa estratégia de José Mário Vaz.
Em declarações à VOA, Simões Pereira acusa José Mário Vaz de ter uma estratégia para afastar todos que pensem de forma diferente e respeitam a lei.
A título de exemplo, o antigo primeiro-ministro apontou que “quando o primeiro Procurador-Geral da República não correspondeu às suas orientações ele o substituiu, quando o presidente do Tribunal de Contas pediu a certificação de contas, incluindo os anos em que ele era ministro das Finanças, ele o substituiu, quando a directora-geral da Polícia Judiciária deixou de prender aquelas pessoas que ele indicava substituiu-a, o director-geral dos Serviços de Informação do Estado foi substituído, o comissário-geral da Polícia foi substituído, bem como o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas”, tendo Simões Pereira questionado se a comunidade internacional irá apenas agir quando José Mário Vaz decidir pela sua prisão.
O presidente do PAIGC acusa também o Presidente da República de querer prendê-lo, e não o Ministério Público ou o Governo, mas garante que regressará em breve ao país.
Domingos Simões Pereira garante não ter medo de ser preso “porque está a defender a legalidade e o que a grande maioria do povo da Guiné-Bissau pensa e diz”.
Domingos Simões Pereira deixou Nova Iorque na segunda-feira, 13, e pretende assistir ao congresso do PAICV, em Cabo Verde, que começa no dia 17.