Os familiares do jornalista Ibraimo Mbaruco, de Palma, Cabo Delgado, estão irritados com o que consideram silêncio “assustador e desumano” das autoridades na investigação do seu desaparecimento.
“Estamos preocupados, passa muito tempo (do desaparecimento)” diz à VOA o irmão do jornalista, Juma Mbaruco.
A frustração de Juma agrava-se pelo facto de os telefones do seu irmão terem recentemente estado aparentemente com sinal.
“Os telemóveis ficaram desligados desde o dia 10 de abril, e só voltaram a chamar no dia 8 e 9 de junho”, afirma Juma.
Após notar que os telefones tinham sinal, continua Juma, “comuniquei ao investigador do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), que prometeu fazer um trabalho e desde lá não disse mais nada.”
As várias chamadas feitas não foram atendidas e Juma estranha o facto de as autoridades não responderem mesmo após a nova pista.
MISA procura mais pistas
Uma semana depois do seu desaparecimento, a 7 de abril, a policia moçambicana disse que haviam informações não confirmadas sobre a a morte do jovem jornalista da Rádio Comunitária de Palma.
A 21 de maio, falando na Assembleia da República, a procuradora-geral de Moçambique, Beatriz Buchili, disse que o processo do desaparecimento do jornalista Mbaruco encontrava-se em instrução preparatória.
Nesta terça-feira, 30 de junho, a VOA contactou, sem sucesso, Augusto Guta, porta-voz do comando provincial de Polícia de Cabo Delgado, através do número que habitualmente usa nas relações com a imprensa.
Apesar do denunciado silêncio das autoridades, o escritório moçambicano do Instituto de Comunicação Social da África Austral (Misa-Moçambique), diz que continua empenhado na busca da verdade sobre o desaparecimento de Ibraimo Mbaruco.
Ernesto Nhanale, diretor-executivo desta organização de defesa da liberdade de imprensa, diz que está em curso um novo inquérito para o esclarecimento do desaparecimento do jornalista, que deverá estar concluído na próxima semana.