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SIDA em Angola com números preocupantes enquanto Governo aponta redução de infeções


País está entre os 25 países com o maior número de novas infeções por VIH entre adolescentes e jovens no mundo, com 57 infeções e 35 mortes por dia

Angola está entre os 25 países com o maior número de novas infecções por VIH entre adolescentes e jovens no mundo.

Num relatório apresentado antes do Dia Mundial da SIDA, que assinala-se a 1 de dezembro, a Rede de Organizações da Sociedade Civil (ANASO) estima que, diariamente ocorram 57 novas infeções e 35 mortes relacionadas à doença no país.

O documento revela ainda que 300 mil pessoas vivem com o vírus em Angola.

As organizações não governamentais expressam preocupação com esses números, especialmente as 35 mortes diárias, enquanto as autoridades destacam o aumento da cobertura dos serviços de saúde.

António Coelho, presidente da ANASO, enfatiza que as mulheres são as mais afetadas, com cerca de 200 mil viver com o VIH.

Além disso, os jovens representam uma parte significativa das novas infcções, com aproximadamente 34 mil, especialmente meninas entre 15 e 24 anos.

No que diz respeito às crianças, cerca de 35 mil, até os 14 anos, vivem com o vírus, com 10 novas infeções diárias.

Coelho destaca que grande parte dessas novas infeções está ligada à falta de condições sociais e de acesso a medicamentos, refletindo um défice de coordenação entre o Estado e as organizações da sociedade civil.

"Estamos a lutar para que as pessoas vivendo com VIH tenham mais apoios, tanto do ponto de vista social quanto medicamentoso", ressalta Coelho.

Pombal Maria, da organização "Acção Humana", descreve a situação como crítica, com destaque para a escassez de recursos essenciais, como antirretrovirais e preservativos, o que contribui para o aumento das infeções.

"Hoje, as organizações não têm antirretrovirais e preservativos para distribuir à população,"alerta.

A Diretora Nacional do Instituto de Luta Contra o SIDA, Lúcia Furtado, em entrevista à Voz da America, relativiza os números apresentados e afirma que fontes confiáveis, como a ONUSIDA, indicam progressos nos últimos 10 anos.

Lúcia Furtado também menciona o estigma e a discriminação como desafios significativos, que contribuem para o abandono da terapia antirretroviral.

"Estamos a levar a cabo um estudo profundo para perceber essa taxa alta de abandono a terapia pelos portadores", revela Furtado.

Milhares de cidadãos pretendem marchar em solidariedade às vítimas e para chamar a atenção para a necessidade urgente de ações coletivas e apoio à saúde pública.

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