O Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola anunciou estar a investigar a morte de oito jovens, cujos corpos foram encontrados na morgue do Hospital Maria Pia, em Luanda, e que foram a enterrar na terça-feira, 21.
Numa nota, aquela instituição policial disse ter desenvolvido "um conjunto de acções investigativas, consubstanciadas na abertura de competente processo, bem como a pronta inspecção judiciária ao local indicado pelos familiares como sendo o sítio onde os jovens comemoravam o dia de São Valentim, no momento em que de lá foram retirados”.
O SIC afirmou ter tomado conhecimento no dia 15, através de familiares, do desaparecimento dos jovens, "que se encontravam a conviver numa hospedaria, em companhia de outros jovens, em Cacuaco".
Testemunhas no local, continua a nota, terão afirmado que as vítimas foram levadas por quatro indivíduos ainda não identificados, que já se encontravam no local antes da presença dos oito jovens, “armados com pistolas e sob ameaças de morte, destruindo em seguida, o sistema de videovigilância” da hospedaria.
O SIC reconhece que a situação é de elevada complexidade e, em coordenação com a Polícia Nacional de Angola, está a realizar diligências, !visando a identificação e localização dos autores deste crime para consequente responsabilização criminal”.
Familiares acusam
A VOA divulgou também hoje uma entrevista da irmã de uma das vítimas que responsabiliza o SIC pelo assassinato dos oito jovens.
Maria Isabel disse que antes de serem assassinasos eles foram brutalmente espancados pelo SIC e “depois das pancadas cada um levou um tiro”.
“A cabeça dele está furada, até paus espeitaram nos miúdos”, acrescenta Isabel para quem foi “lamentável”.
“São ser humanos, precisam de ser ouvidos e não mortos, conforme foram, nós rodeamos as cadeias e não encontramos e disseram-nos que é o SIC”, acusa a mesma fonte que exige justiça.
“Por quê? São bandidos, são gatunos, tem sitio para ver isso, tem a certeza que os oito são bandidos? Então se são bandidos eles que nos mostrem os documentos”, desafia Maria Isabel, em nome dos familiares.
A VOA contactou o porta-voz do SIC , superintendente Manuel Halaiwa, para comentários, mas sem sucesso.
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