O Governo angolano terá que fazer aprovar uma lei no Parlamento para forçar o repatriamento de fundos detidos por angolanos no estrangeiro, disseram juristas à VOA.
Aqueles especialistas reagiam ao discurso do Presidente angolano num seminário do partido no poder, o MPLA, sobre a corrupção em que João Lourenço anunciou que em breve será dado uma moratória aos angolanos que tenham fundos no exterior para repatriá-los sem que sejam feitas perguntas ou investigações sobre a origem dos mesmos
Findo esse prazo, disse Lourenço, serão adoptadas medidas coercitivas para forçar o seu repatriamento.
O jurista e deputado David Mendes disse que a declaração do Presidente, feita numa reunião do partido, não vincula o Estado e, portanto, não tem qualquer valor jurídico.
"É preciso que o MPLA recomende ao Executivo a fazer sair uma lei, doutro modo isso não será possível", explicou Mendes.
A mesma opinião foi compartilhada por outro jurista, Miguel Ângelo.
“A lógica diz que que é um processo de Estado e não do Executivo e que deve passar pela Assembleia Nacional”, explicou Ângelo..
A Procuradoria-Geral da República de Angola anunciou, entretanto, estar a investigar um esquema de transferência ilegal de fundos para o estrangeiro envolvendo cartões de crédito.
Segundo uma declaração do órgão, o alegado esquema de corrupção envolve funcionários da Direção de Pequenos Negócios do Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Desconhecem-se outros pormenores.