As autoridades moçambicanas solicitaram à Africa do Sul a extradição de Manuel Chang, mas há políticos e defensores dos direitos humanos que não concordam.
Chang está detido, desde 29 de Dezembro, na África do Sul a pedido dos Estados Unidos, que o acusam de crimes financeiros num processo relacionado com as dívidas ocultas de Moçambique.
A oposição à extradição deriva do facto de Moçambique ter um histórico de impunidade, em particular em casos que envolvem altas personalidades ligadas ao partido no poder, Frelimo.
“Se Manuel Chang regressar a Moçambique, temos todos a certeza que nada mais será feito”, diz o porta-voz da Renamo, José Manteigas.
Manteigas não tem dúvidas de que a extradição apenas interessa à Frelimo.
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Para Jorge Matine, director executivo do Fórum de Monitoria do Orçamento, as autoridades de Maputo pretendem com o pedido de extradição de Manuel Chang enviar uma mensagem de aparente protecção do seu partidário.
Neste caso concreto, diz Matine, os moçambicanos acreditam mais que a justiça apenas só pode ser feita fora, o que deriva da falta de confiança que muitos têm em relação às instituições de direito.
Por outro lado, Matine adverte que o pedido pode servir de incentivo a outros corruptos que poderão entender que bastando ter ligações politicas há garantia de continuar impune.
A eventual extradição para Moçambique pode abrir espaço para uma fricção diplomática com os Estados Unidos, diz Matine. “Não sei se num ano eleitoral, o governo teria tanta força” para gerir isso.
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A decisão da extradição de Manuel Chang será conhecida em Fevereiro.