O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, afirmou hoje em Luanda que nas "actuais circunstâncias" do país não pretende interromper o mandato , mas alegou a necessidade de estudar com seriedade a construção da transição em Angola.
O chefe de Estado falava nesta quinta-feira, 2, abertura de uma reunião extraordinária da Comité Central do seu partido destinada a convocar o congresso para Agosto de 2016, que deverá reconduzi-lo ao cargo de presidente do MPLA.
"Em certos círculos restritos era quase dado adquirido que o Presidente da República não levaria o seu mandato até ao fim, mas é evidente que não é sensato encarar essa opção nas atuais circunstâncias", afirmou José Eduardo dos Santos .
O facto de ter sido o próprio presidente a propô-lo é forte sinal de que pretende continuar à frente do partido depois do congresso previsto para 2016 podendo ser candidato à sua própria sucessão em 2017.
Santos reiterou que os jovens revolucionários, detidos em finais de Junho, pretendiam destituí-lo do cargo e acusou-os de intolerantes. Ele desafiou os que o contestam a formarem partidos para confrontá-lo nas urnas.
No seu discurso, o Presidente da República não revelou o valor da dívida contraída junto da China, mas justificou o endividamento actual do país por estar abaixo dos 40 por cento do PIB. Segundo ele, foi feito de modo calculado e dentro das metas indicativas do programa eleitoral do seu partido.
José Eduardo dos Santos afirmou ainda que as receitas do Estado aumentaram nos últimos tempos frutos de uma ligeira subida do preço do barril de petróleo e dos empréstimos contraídos pelo Governo e outras medidas macroeconómicas . Admitiu a possibilidade