Um dia depois dos Estados Unidos ter aplicado sanções económicas ao antigo ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência de Angola Manuel Helder Vieira Dias Junior “Kopelipa” e ao antigo chefe do Serviço de Comunicação do Governo Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e imposto restrições de visto à empresária Isabel dos Santos, a VOA procurou contactar os visados, mas nenhum deles reagiu.
Também contactámos o secretário para Informação e Propaganda do MPLA, Rui Falcão, que também não respondeu.
Com a imprensa internacional a dar destaque às sanções impostas a três das personalidades mais próximas do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, entre elas a filha dele, a nível nacional o Governo não se pronunciou, mas o presidente da Mesa da Assembleia Geral da organização não governamental Mãos Livres, Salvador Freire, afirmou que as sanções “demostram que esses indivíduos que andaram a saquear o país metendo em paraísos fiscais dinheiros roubados em Angola têm os dias contados”.
Para Freire, hoje começa-se com esses três elementos, daqui a mais algum tempo aparecem outros indivíduos”, o que faz com que “naturalmente Angola apareça na lista negra com os maiores corruptos a nível do mundo e isso não é bom para o país”.
Aquele conhecido advogado acrescenta que as sanções “vêm demonstrar que Angola está mal, sobretudo os seus dirigentes, e isso vai se repercutir na imagem do país a nível externo”.
As sanções
O comunicado do Departamento de Estado americano com as sanções foi publicado na quinta-feira, 9, Dia Internacional Anti-Corrupção, e diz que Leopoldino Fragoso do Nascimento e Manuel Helder Vieira Dias Júnior “roubaram biliões de dólares do Governo angolano por peculato” e que ambos “conspiraram com outros indivíduos angolanos e Sam Pa, também alvo de sanções pelo Departamento do Tesouro, para desviar o financiamento destinado a projectos de desenvolvimento de infraestrutura, incluindo o uso de projectos fantasmas”.
Os dois generais angolanos “são também suspeitos de desviar milhões de dólares de projectos angolanos de infra-estruturas e, em seguida, utilizar as suas posições na economia angolana para se protegerem da possibilidade de acusações criminais”.
Todos os bens deles bem como das empresas em que tenham participação estão bloqueados nos Estados Unidos e cidadãos americanos e estrangeiros com negócios no país não podem fazer negócios com aqueles generais.
Por seu lado, a empresária Isabel dos Santos foi apontada pelo seu envolvimento em “corrupção significativa através da apropriação indébita de fundos públicos para seu benefício pessoal”, mas não foi alvo de bloqueio de bens.
No entanto, teve restrições de visto.