A decisão do economista e deputado da UNITA Fernando Heitor de não integrar a lista do partido às eleições previstas para Agosto continua a provocar reacções.
Depois de, em Janeiro de 2016, Heitor ter abandonado a direcção do partido, por não concordar com o processo que levou à indicação de Raúl Danda para a vice-presidência da UNITA, em determinados círculos questiona-se se poderá tornar-se num caso semelhante ao de outro antigo histórico dirigente do partido Jorge Valentim ou se poderá provocar mais deserções.
O politólogo José Adalberto considera que a saída de Fernando Heitor da UNITA no fim desta legislatura para estar ao serviço da sociedade civil angolana não vai se tornar uma pedra de sapato para o partido onde ainda é deputado.
"A posição de Fernando Heitor vai ser diferente da posição de Jorge Valentim porque é uma posição que resulta da uma reflexão", disse Adalberto.
A mesma opinião é partilhada por Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, que explicou as razões que levaram Fernando Heitor a manifestar a sua intenção de abandonar a UNITA no final da presente legislatura.
"Ele tomou uma decisão pessoal e fê-lo por carta, muito cordata, à direcção do partido, o que em democracia é normal”, sublinha Sakala.
Questionado se a saída de Heitor levaria à deserção de muitos militantes da UNITA, Alcides Sakala negou, acrescentando que o partido tem um projecto de mais de 50 anos.
"A Unita tem um percurso histórico, muito profundo, e pela experiência que tem nós pensamos que não vai afectar o rumo da história com as mudanças que vão acontecer em Agosto”, asseverou o porta-voz do principal partido da oposição.