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Saída de cubanos abre crise de técnicos em Angola


Raul Castro
Raul Castro

Sectores de saúde e educação são os mais afectados.

A falta de pagamento da dívida angolana para com Cuba, avaliada em 300 milhões de dólares, tem estado na origem de notícias sobre uma eventual saída em massa de técnicos cubanos a partir do mês de Agosto.

Segundo informações divulgadas pela imprensa privada de Angola, o Governo angolano saldou parte da dívida, que no entanto não terá sido o suficiente para Luanda convencer o Executivo de Raul Castro a não retirar os técnicos, particularmente os das áreas da saúde e educação.

Uma ponte aérea entre Luanda e Havana teria sido já equacionada para facilitar a operação.

Em função do novo cenário, o governador do BNA, José Pedro de Morais, foi citado recentemente pelo semanário Expresso, como tendo recebido autorização do Executivo para libertar reservas para o pagamento à Antex-Antillas Exportadora, empresa cubana que assegura o recrutamento e pagamento dos profissionais de Cuba que trabalham em Angola.

Entretanto, os sindicatos consideram que seria um revés para o país uma provável partida de mais de mil técnicos daquela país, entre os quais 150 médicos.

O assunto teria estado no centro das discussãões havidas entre os dois países durante a visita do vice-Presidente de Angola, Manuela Vicente a Cuba em Maio passado. Uma outra reunião aconteceu em Luanda quando o vice-presidente do Conselho de Estado daquele país Ricardo Cabrisas visitou Angola em meados de Julho.

Só em Luanda, o Serviço de Saúde conta com a colaboração de cerca de quatro mil técnicos cubanos.

O responsável do Sindicato dos Enfermeiros da capital do país, Afonso Kileba disse à VOA que uma possível partida de técnicos cubanos seria um grande golpe para o Serviço de Saúde devido às áreas específicas da medicina em que não existem técnicos angolanos.

Por seu turno, o secretário geral adjunto da Central Geral dos Sindicatos Livres de Angola (CGSILA), David Miqueno, defendeu que o Governo deve pagar a dívida o mais rápidamente possível para evitar mais problemas no sector do Ensino Superior.

O sindicalista disse que a falta de pessoal espacializado em ciências exactas no Ensino Superior faz com que muitas universidades angolanas recorram à cooperação cubana.

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