Mais de 50 por cento dos alunos São-tomenses do ensino pré-universitário não passaram classe, o que para professores e pais é reflexo, entre outros, do desinteresse pelo estudo, a falta de acompanhamento e aumento de casos de gravidez precoce.
Os alunos da 9ª e 11ª classes são os que mais reprovaram neste ano lectivo. A 10ª classe foi o nível com menos reprovação e no que toca ao 12º ano grande parte dos alunos ainda está em exames.
“Na 9ª Classe, temos um total de 1492 alunos, aprovaram 711 e reprovaram 781”, diz a professora Maria da Graça, sublinhando que na 11ª classe o número dos reprovados é quase dobro dos aprovados, 507 contra 390.
Maria da Graça, que é diretora do Liceu Nacional, diz que além das reprovações, centenas de alunos matriculados em 2022 não concluíram o ano lectivo, porque decidiram emigrar paraPortugal.
Entre as causas do fraco aproveitamento escolar a responsável do Liceu Nacional destaca gravidezes precoces, fraco acompanhamento dos pais e desinteresse dos alunos.
“Eles (alunos) veem a escola, mas não assistem as aulas. Preferem estar a passear na marginal”, diz.
Mas para a presidente da Associação dos Estudantes do Liceu Nacional, Sukeina Santiago, o fraco aproveitamento pode ter origem nas más condições de aprendizagem.
“A situação da escola, das salas de aula e a forma como os professores trabalham não incentiva os alunos”, desabafa Santiago.
Pais e encarregados de educação também lamentam a degradação das condições do ensino.
“Um desperdício financeiro” é o que diz Firmino Santos, um dos pais e encarregados de educação.
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