Os professores são-tomenses entraram em greve exigindo melhores condições de trabalho e o aumento dos salários. A situação de miséria em que vivem centenas de professores reformados é outro motivo da paralisação.
O líder do sindicato dos docentes, Gastão Ferreira, diz que é chocante a situação dos professores na reforma e avisa que não irá cruzar os braços, enquanto o governo de São Tomé e Príncipe não adoptar medidas para minimizar o sofrimento daqueles que formaram a actual geração de governantes do país.
“É desumano, é doloroso, é triste, é chocante, a miséria daqueles que contribuíram para a formação dos actuais dirigentes deste país”, disse o presidente do sindicato dos professores e educadores.
Gastão Ferreira lamenta ter visto na grelha de pagamento de reformas na segurança social, nomes de figuras políticas com subsídios equivalentes a mais de três mil dólares por mês, enquanto os antigos professores estão a morrer à fome com pensões que não ultrapassam os 40 dólares.
“Não podemos ter um país onde uns vão à reforma com tudo para viver bem e outros com um salário de fome”, concluiu o sindicalista.
Para o analista e activista Liberato Moniz, “o governo deve encontrar medidas para melhorar o salário dos professores para que eles possam viver com dignidade, depois de estarem aposentados”.
O salário dos professores São-tomense varia entre os 70 e 150 dólares americanos.
“Não se admite que as forças de defesa e segurança que nada fazem tenham o triplo do salário dos professores, que formam e preparam homens para a sociedade”, disse Jakson Jordão, professor da Escola Secundaria Patrice Lumumba.
Entretanto, reagindo à greve que paralisou todo o ensino básico e secundário do país, o Governo acusa o sindicato dos professores de má fé e afirma que o protesto é ilegal.
“Enquanto o governo aguardava pela continuidade das negociações, o sindicato extremou a sua posição decretando a greve sem dar um tempo para acertos finais, daí que, a greve é ilegal”, afirmou o porta-voz do ministério da Educação, Lúcio Serôdio, que acusa ainda os delegados sindicais de ameaçar os colegas que não pretendiam aderir.