São Tomé e Príncipe, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, está entre os países africanos com os melhores índices no que toca à formação de quadros.
Mas isso, dizem analistas, não está refletido no desenvolvimento económico do país.
“Com tantos quadros que temos, o nosso país deveria estar mais avançado. O problema é que estamos a lutar para ter diploma e não para obter conhecimento”, diz o jurista Carlos Tiny.
Para Tiny, a maioria dos quadros colocados no mercado de emprego pelas universidades locais não tem dado provas, e grande parte dos cursos disponíveis não vai de encontro ao que o país precisa para desenvolver o seu potencial económico.
“Não há harmonia entre as formações disponíveis e a realidade, ou seja, aquilo que realmente faz falta para alavancar a economia de um país rodeado pelo mar e com um solo bastante fértil”, diz Tiny.
A solução, diz Liberato Moniz, presidente da Fundação Atena, gestora da maior universidade privada de São Tomé e Príncipe, passa por “o Governo estabelecer as prioridades da sua economia e, em concordância com as universidades, definir cursos que realmente fazem falta no arquipélago”.
Mas o economista Alcídio Montoya afirma que “as universidades que existem em São Tomé e Príncipe não têm estrutura, nem capacidade para organizar cursos mais complexos, que mais falta fazem à economia do país”.
E outro economista, Arlindo Pereira, lamenta o desvio de parte de recursos humanos. “Pessoas formadas em áreas como agronomia estão a prestar serviço noutros sectores, porque o salário na sua área de formação não é aliciante,” diz.
Pereira questiona: “Como vamos desenvolver o país nesta situação? Muitos recursos humanos valiosos são desperdiçados na administração publica”.
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