Os familiares de Bruno Afonso, conhecido por Lucas, o único sobrevivente do grupo de quatro homens que atacou o quartel das Forças Armada na madrugada de 25 de Novembrode 2022 em São Tome e Príncipe, manifestaram-se nesta terça-feira, 4, na capital do país, para exigir tratamento médico urgente porque a vida dele corre perigo.
O protesto acontece no momento em que o principal partido da oposição, que também quer visitar Lucas, volta a insistir num debate parlamentar de urgência sobre o "caso 25 de Novembro".
A Voz da América apurou que o recluso Lucas, deverá ser submetido, a qualquer momento, a uma intervenção cirúrgica nos testículos, onde terá sido pontapeado por um militar na sequência da alegada tentativa de golpe de Estado.
“Tenho medo para não matarem o meu filho, mesmo esta operação que ele vai fazer eu tenho muito medo”, disse a mãe, Benvinda Lima.
O tio, Vicente Lima, e a irmã, Paulina Lima, também temem pela segurança e o estado de saúde de Lucas e decidiram liderar a manifestação para exigir melhores cuidados médicos ao recluso.
“Ele é uma peça fundamental para se esclarecer se se tratou mesmo de uma tentativa de golpe de Estado ou se foi uma ´inventona´, por isso todos devemos preocupar com a sua segurança e o seu estado de saúde”, alertou Vicente Lima.
Presidente da Liga São-tomense dos Direitos Humanos demite-se
Enquanto isso, a pressão dos familiares e de elementos da sociedade civil nas redes sociais levou o presidente da Liga São-tomense dos Direitos Humanos, Óscar Baía, a pedir demissão do cargo, alegando difamações e disseminação de informações falsas sobre o caso.
“Falei com o Lucas e ele me disse que se sente mais seguro na cadeia do que cá fora”, afirmou Baía reconhecendo, no entanto, que o estado de saúde do recluso exige cuidados urgentes.
“Ele foi severamente espancado, sobretudo na cabeça, tem problemas de visão e outros que exigem cuidados médicos urgentes”, sublinhou o presidente demissionário.
No campo político, o MLSTP-PSD, que continua a insistir num debate parlamentar sobre os acontecimentos, aguarda uma resposta ao pedido para visitar o detido na cadeia central.
Entretanto, ministra da justiça, Ilza Amado Vaz, em declarações à imprensa disse que o detido "tem tido tratamento de um recluso normal e que tem tido acompanhamento ao nível do sistema de saúde".
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