A proposta de ajuste salarial na função pública São-tomense pode provocar uma onda de greve, alerta o analista Óscar Baía.
Baía diz que poderá acontecer se a proposta não for revista de modo a não afectar os “direitos já adquiridos” por trabalhadores de determinados setores, que poderão sofrer cortes nos seus rendimentos para atender o aumento do salário mínimo em cerca de 100 por cento.
Além do sindicato dos magistrados judiciais e do ministério publico, o líder do sindicato dos professores, Gastão Ferreira; e a presidente do sindicato dos médicos, Benvinda Vera Cruz, também já avisaram que não afastam a hipótese de paralisação.
“Nós fomos lesados. Não vamos aceitar. Já falamos com o senhor Primeiro-ministro e agora vamos esperar para ver”, disse Benvinda Vera Cruz.
O sindicato dos professores também garante que nunca discutiu com o governo a proposta de ajuste salarial, que foi entregue na Assembleia Nacional.
Perante a pressão das duas centrais sindicais do país e de alguns sindicatos independentes, o executivo pela voz do ministro das Finanças, Osvaldo Vaz, diz que o documento que foi submetido à Assembleia Nacional é apenas um “draft” e caberá ao parlamento decidir.
“Acreditamos que a Assembleia Nacional ainda vai auscultar vários sectores antes de se pronunciar”, disse Vaz, defendendo que o objetivo é repor a justiça salarial na função publica.