O governador de Benguela, Rui Falcão, diz que desconhece as insinuações de corrupção feitas por Maria Luísa Abrantes, num debate de uma rádio em Angola.
As acusações de Maria Luísa Abrantes referem-se a um pedido de 50 milhões de dólares à Odebrecht para uma publicidade do MPLA, na sequência do diferendo entre a Televisão Pública e a Semba Comunicação, empresa dos seus filhos José Paulino dos Santos ‘’Córeon Dú’’ e Welwitchia dos Santos ‘’Tchizé’’.
Na rede social Facebook, antes de ter abordado o assunto numa rádio de Luanda, Luísa Abrantes, que já esteve no Governo, sublinha que não se importava de ver o Ministério Público investigar o contrato, mas realça que existem outros casos, sendo que um envolve o antigo secretário para a Informação do partido no poder.
A antiga presidente da extinta Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP) recupera declarações de Emílio Odebrecht, no âmbito da operação ‘’Lava Jacto’’, para defender que o agora governador de Benguela, tal como Manuel Vicente e Joana Lina, devem estar na mira da Procuradoria-geral da República.
Trata-se de uma posição que mexeu com o país, mas não o suficiente para despertar Rui Luís Falcão Pinto de Andrade, confrontado pela VOA, nesta quinta-feira, no termo de uma visita à Universidade Katyavala Bwila (UKB).
"Tem a ver com a Universidade? Eu não ouvi a senhora, não sei do que está a falar. Sinceramente, pensei que me estava a falar da UKB", afirmou o governante.
Essa foi a resposta de Rui Falcão, governante que um dia deixou claro que não alinhava em esquemas de corrupção, num frente-a-frente com empresários de Benguela.
A verdade é que, num debate promovido pela rádio MFM, Luísa Abrantes fez questão de reafirmar o que já havia escrito no Facebook.
"Só na anterior campanha, não nesta, porque não sei quanto foi gasto, foi dito pelo senhor Emílio, durante o inquérito, que lhe foi pedido, primeiro pelos senhores Rui Falcão e Joana Lina, 50 milhões de dólares. Depois pediu o Engenheiro Manuel Vicente. Portanto, só eles, sendo que as empresas estão ligadas a pessoas do partido e da Presidência".
Rui Luís Falcão Pinto de Andrade, no discurso de fim de ano, anunciou medidas a curto prazo para combater a corrupção, lavagem de dinheiro e a fuga de capitais.
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