A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou veementemente o ataque à Rádio Capital FM, em Bissau, na segunda-feira, 7, por homens armados encapuzados e pediu às autoridades que identifiquem os autores o mais rapidamente possível.
"Condenamos este ataque de rara violência e deploramos as conclusões precipitadas da polícia, que parecem muito distantes do curso dos acontecimentos", disse o director do escritório da África Ocidental da RSF em comunicado.
Sadibou Marong pediu “às autoridades que levem a sério a gravidade dos factos ocorridos, que parecem longe de constituir um 'incidente isolado” e insistiu que “os autores devem ser identificados e presos”.
Na nota, aquela organização de defesa da liberdade de imprensa lembra que “vários membros da rádio, incluindo jornalistas, foram alvejados, menos de uma semana após uma tentativa de golpe de homens em uniforme militar”.
Entre os feridos, a jornalista Maimuna Bari continua em estado grave no hospital militar de Bissau.
Ela deve ser evacuada ainda nesta semana de urgência para Portugal.
Os RSF lembram que “a rádio, amplamente ouvida na Guiné-Bissau e apontada como estando próxima do principal partido da oposição, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), é regularmente alvo de ameaças”.
As 26 de julho de 2020, indivíduos armados já haviam invadido suas instalações e destruído grande parte do equipamento, mas, reitera a nota, “apesar da abertura de uma investigação, os culpados nunca foram identificados”.
A Guiné-Bissau ocupa o lugar 95º no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa de 2021 elaborado pelos RSF.
O ataque aquele emissora privada tem sido condenado por várias organziações de defesa dos jornalistas e dos direitos humanos dentro e forma da Guiné-Bissau.
O Governo, através do comissário adjunto da Polícia de Segurança Pública, coronel Salvador Soares, qualificou o acontecimento como um "acto isolado".