MILÃO/CIDADE DO CABO (Reuters) - A empresa italiana Eni SpA espera chegar a uma decisão final de investimento no seu segundo projeto flutuante de gás natural liquefeito (GNL) em Moçambique até o final de Junho do próximo ano, disseram duas fontes diretamente envolvidas, nesta terça-feira.
O seu primeiro projecto de GNL - denominado Coral Sul - tornou o empobrecido país africano produtor e exportador global de GNL desde Novembro e o novo projeto reforçaria a produção de Moçambique.
Isso também poderia aumentar a produção de gás da Eni em África, que pode exportar para a Europa, ajudando a diversificar o abastecimento de gás nos próximos anos, disse o seu CEO, Claudio Descalzi, em Janeiro.
"Trabalho concluído? Ainda não. Está 90% concluído e pretendemos ter a FID (decisão final de investimento) durante o primeiro semestre de 2024", disse uma das fontes, acrescentando que o navio flutuante de GNL começaria a produzir e exportar dentro de quatro anos.
Ele não quis ser identificado porque não está autorizado a falar sobre cronogramas de investimentos.
Descalzi e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, viajarão para Moçambique e para a República do Congo, no final desta semana para fortalecer os laços entre a Itália e os países onde a Eni está a desenvolver empreendimentos de GNL, disse uma fonte do governo italiano, acrescentando que não se espera que assinem qualquer novo negócios de energia.
A Eni é a operadora da Coral Sul, da qual mais de dois terços são propriedade conjunta da Eni, da americana Exxon Mobil e da chinesa CNPC. A empresa portuguesa Galp, a Korean Gas Corp. e a petrolífera estatal moçambicana ENH são os parceiros minoritários com 10% cada.
Estima-se que o campo de gás localizado na bacia offshore do Rovuma denominado contenha 500 mil milhões de metros cúbicos de gás natural.
A Coral Sul está actualmente a produzir 3,5 milhões de toneladas de GNL e o novo navio de GNL poderá duplicar a produção, disse a fonte.
Fórum