Links de Acesso

Rodrigo Lopes: prisão de jornalista na primeira pessoa na Venezuela


Rodrigo Lopes antes de ser preso pelas forças de segurança
Rodrigo Lopes antes de ser preso pelas forças de segurança

Autoridades da Venezuela aumentaram o controlo aos jornalistas estrangeiros, principalmente àqueles de países cujos governos reconheceram o autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó.

Nesta semana, jornalistas da Espanha, Colômbia, França e Chile foram detidos pelas forças de segurança, provocando uma forte reacção dos governos daqueles países e da União Europeia, que pediram a libertação daqueles profissionais.

Entretanto, um dos primeiros detidos nessa nova onda oi o brasileiro Rodrigo Lopes, do jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

No passado dia 23, Lopes cobriu o acto no qual Juan Guaidó declarou-se Presidente interino e, depois, seguiu para o Palácio de Miraflores, onde decorria uma manifestação a favor do Presidente Nicolás Maduro.

Em conversa com a VOA, aquele jornalista disse que “de repente alguém vestido a civil retirou-me o telemóvel" e o levou para o quartel na Presidência.

Ameaça de prisão

Rodrigo Lopes foi então interrogado por vários agentes “na tentativa de encontrar alguma contradição da minha parte”.

“Quanto eu me identifiquei como jornalista brasileiro a situação piorou em função das relações turbulentas que existem neste momento entre o Governo de Jair Bolsonaro e o Presidente Maduro”, conta Lopes, que teve todo o seu material confiscado para saber “o que ele escrevia sobre Maduro, como a imprensa se dirigia a Maduro”, que, segundo os agentes venezuelanos, “o chama de ditador”.

O jornalista viria a ser libertado duas horas depois com a recomendação de que se fizesse o seu trabalho “seria preso e teria de responder à justiça venezuelana”.

Rodrigo Lopes, detenção na primeira pessoa - 1:21
please wait

No media source currently available

0:00 0:01:21 0:00

Após concertação com o seu jornal, Rodrigo Lopes regressou ao Brasil 30 horas depois da chegada a Caracas.

Maduro "acastelado"

Apesar desse pouco tempo, Lopes, que ficou num hotel numa área considerada de classe média-alta da capital venezuelana, Lopes disse ter reparado “falta de muitos produtos”, ao ponto de “o hotel não ter papel higiénico”.

Questionado sobre a crise politica actual, aquele jornalista aponta que “Nicolás Maduro tem uma forte protecção militar” e que conta com o apoio de “duas potências mundiais e membros do Conselho de Segurança da ONU, China e Rússia”.

“Maduro está ´acastelado´ no poder e muito bem resguardado”, continua Lopes, para quem a pressão externa pode não ser suficiente para levar Maduro a renunciar.

Rodrigo Lopes: diálogo é a saída para a Venezuela - 0:49
please wait

No media source currently available

0:00 0:00:45 0:00

“A saída para a Venezuela é o diálogo”, conclui Rodrigo Lopes.

Refira-se que no dia em que foi preso, outro jornalista, de nacionalidade espanhola, também encontrava-se detido no Palácio Presidencial.

XS
SM
MD
LG