O secretário de Estado americano, Rex Tillerson,chegou nesta quarta-feira, 7, à Etiópia, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Workneh Gebeyehu, na primeira escala da sua visita à África.
Tillerson vai reunir-se com lideres da comissão da União Africana antes de seguir para o Chade, Djiboutu, Kenya e Nigéria.
À partida de Washington, o secretário de Estado reiterou que os Estados Unidos estão empenhados em construir uma "base sólida das relações entre Washington e África" e acusou a China de "encorajar a dependência" do continente.
Tillerson anunciou também uma ajuda humanitária de 533 milhões de dólares vários países africanos para fazerem frente aos conflitos e à seca.
"Para entender para onde o mundo caminha, é preciso entender que a África é uma parte significativa do futuro", afirmou o secretário de Estado, numa mudança de tom do termo depreciativo usado pelo Presidente Donald Trump para descrever os países africanos no passado mês de Janeiro.
Contra o terrorismo
Tillerson enfatizou que a segurança é uma prioridade para os Estados Unidos.
"O terrorismo não conhece fronteiras. No Sahel e perto do lago Chade, Boko Haram, Estado Islâmico, Al Qaeda no Magrebe e outros grupos têm se adaptado e mostrado resistentes e capazes de lançar ataques em toda a região. A cooperação regional é crucial para parar esses ataques e negar aos terroristas a capacidade de planear e realizar outros no futuro", adiantou o governante.
Os Estados Unidos têm cerca de 6.000 soldados em África.
Em Washington, os legisladores dizem que os desafios de segurança são importantes porque o terrorismo pode ter impacto directo nos Estados Unidos.
"Muitas condições permitem a proliferação desses grupos terroristas, como vastos espaços sem a presença do Estado, instituições débeis, segurança deficiente e dificuldades económicas. A preocupação é que a ameaça terrorista dentro de África e a partir do continente, continue a crescer à medida que o Estado Islâmico for sendo expulso do Iraque e da Síria … ", alertou Mac Thornberry, presidente do Comité de Assuntos Militares do Congresso
Grande oportunidade
A visita do chefe da diplomacia americana surge no meio de críticas de que a Administração Trump negligenciou a África.
Para Johnnie Carson, analista do Instituto para a P, nos Estados Unidos, "esta é uma óptima oportunidade para ele sublinhar a longa relação que os Estados Unidos têm com a África, um relacionamento que deve ser valorizado e nutrido".
Os olhos do continente neste momento estão na visita do secretário de Estado de Estado e na agenda da Administração Trump, mais de um ano após a sua posse.