O primeiro dia Convenção do Partido Republicano dos Estados Unidos, que arrancou nesta segunda-feira, 18, foi abalado à tarde por uma breve “rebelião” de delegados que se opõem a Donald Trump, causando caos perante as câmaras de televisão, numa altura em que o candidato tenta apresentar-se como unificador do partido.
A disputa ocorreu quando um grupo de delegados tentou forçar uma votação aberta sobre as regras da convenção , tema que é geralmente resolvido nos corredores antes do início do conclave.
Os “rebeldes” querem que os delegados sejam livres para votar em consciência e que as regras para as próximas eleições sejam mudadas de modo a que todas as eleições primárias sejam limitadas a membros do Partido Republicano.
A ser adoptada, esta norma proibiria a participação nas primárias de eleitores independentes, que, na actual contenda, constituíram uma força avassaladora a favor de Trump.
À luz do regulamento actual, a esmagadora maioria dos eleitores que representam os Estados são obrigados a votar no candidato que venceu as primárias nos referidos Estados.
O pedido de uma votacao aberta sobre as regras da convenção foi também vista por alguns analistas como uma tentativa de dar uma oportundade aos opositores de Trump argumentarem contra a sua nomeação.
Quando o pedido foi rejeitado pelo presidente da convenção, os delegados do Colorado abandonaram o recinto.
Em caso de votação, era pouco provável que os opositores conseguissem os votos necessários para mudar as regras, mas iria, sem dúvida, demonstrar na prática a oposição que existe dentro do Partido Republicano à nomeação de Trump.
Rick Perry, antigo governador do Texas, rejeitou a ideia de que a “revolta” fosse algo de mau para o partido e afirmou que tudo faz parte do processo democrático.
Contudo, a ausência de figuras proeminentes do partido nesta convenção e os acontecimentos de segunda-feira à tarde ensombram a unidade do partido.
Fora do estádio onde se realiza a convenção, um dos responsáveis da campanha de Trump, Paul Manafort, insultou o governador do Estado do Ohio, John Kasich, que se recusou a particiar na reuniao.
Manafort descreveu Kasich de “petulante” e o acusou de “envergonhar” o partido em Ohio.
O Partido Republicano aprovou também hoje a sua plataforma, o documento que inclui a política do partido nos mais diversos campos.
Ao contrário do que acontece noutros países, nos Estados Unidos, as “plataformas” dos partidos não têm um grande impacto prático, priorizando as promessas eleitorais dos candidatos presidenciais.