O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, encontrou-se com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, pela primeira vez desde a sua eleição, em Paris, no sábado, 7, sob os auspícios do Presidente francês Emmanuel Macron, pouco antes da reabertura da Catedral de Notre-Dame.
Trump, que efectua a sua primeira viagem a França desde a sua eleição a 5 de novembro, chegou inicialmente sozinho ao Palácio do Eliseu. Zelensky, por sua vez, chegou menos de uma hora depois, para este encontro trilateral “decidido um pouco à última hora”, segundo uma fonte diplomática francesa.
Trump e Zelensky apertaram as mãos durante muito tempo, depois os três homens posaram, com ar sério, antes de iniciarem as suas discussões à porta fechada.
Este encontro reveste-se de uma importância crucial para Volodymyr Zelensky, que apenas teve uma breve conversa telefónica com Donald Trump desde a sua eleição no início de novembro.
O futuro Presidente americano declarou, repetidamente, que tenciona distanciar-se, fortemente, da política de apoio maciço a Kiev conduzida por Joe Biden, na guerra provocada pela invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Muito crítico em relação aos milhares de milhões de dólares de ajuda disponibilizados pelos Estados Unidos para apoiar militarmente a Ucrânia face à invasão russa, Trump prometeu resolver a guerra na Ucrânia “em 24 horas”, sem especificar como.
Kiev, por seu lado, quer abordar qualquer negociação de paz com a Rússia a partir de uma posição de força e com garantias de segurança suficientes.
No entanto, vários países da NATO, liderados pelos Estados Unidos, estão relutantes em convidar a Ucrânia a aderir à Aliança Atlântica, como Kiev exige.
À chegada ao Palácio do Eliseu, Trump sublinhou as suas “excelentes relações” com o Presidente francês, com quem trocou calorosos apertos de mão na escadaria do palácio presidencial.
Um “mundo um pouco louco”
“O mundo parece estar a ficar um pouco louco neste momento, e é sobre isso que vamos falar”, comentou Donald Trump.
Além da guerra na Ucrânia, desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro de 2022, os acontecimentos no Médio Oriente estão agitados, com o frágil cessar-fogo em vigor no Líbano desde 27 de novembro, a continuação da ofensiva israelita em Gaza e a ofensiva rebelde que ameaça o poder do Presidente Assad na Síria.
Antes de chegar ao Palácio do Eliseu, Donald Trump declarou na sua plataforma Truth Social que os Estados Unidos não se devem “imiscuir” na situação na Síria, numa altura em que os grupos rebeldes dizem começar a cercar a capital Damasco.
“A Síria é uma confusão, mas não é nossa amiga, e os EUA não devem ter nada a ver com isso. Não é a nossa luta. Deixemos (a situação) evoluir. Não nos envolvamos”, escreveu o futuro presidente americano, que veio a Paris acompanhado por Steve Witkoff, o seu enviado especial para o Médio Oriente, e pelo seu conselheiro para o Médio Oriente, Massad Boulos.
Para além dos Presidentes Trump e Zelensky, cerca de quarenta chefes de Estado e de Governo foram convidados a assistir à reabertura, no sábado à noite, da Catedral de Notre-Dame de Paris, restaurada em cinco anos após o incêndio de 15 de abril de 2019.
O atual Presidente dos EUA, Joe Biden, é representado pela sua mulher Jill.
Fórum