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Retrospectiva 2015: Brasil


O Brasil deixa 2015 sem saudades e tem pouco que comemorar em função da turbulência enfrentada do primeiro ao último dia do ano.

Na política, um cenário de incertezas, desafectos e perda de credibilidade da Presidente Dilma Roussef.

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Nunca um governante brasileiro foi tão rejeitado nas ruas.

Os chamados "panelaços", as greves de professores e as marchas anticorrupção foram constantes nas principais capitais. O que mais se ouviu foi a indignação do povo.

No Congresso, desentendimentos entre parlamentares e até trocas de agressões físicas e verbais deram o tom do desequilíbrio político.

Os deputados João Rodrigues (PSD-SC) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) protagonizaram uma acalorada discussão que, por pouco, não terminou em briga.

Houve também importantes temas em debate no Congresso, como a redução da maioridade penal.

Na economia, uma enorme dívida e baixa arrecadação que ainda resultam em crescente desemprego e baixo poder de compra dos brasileiros.

As expectativas para 2016 são as mais temerárias, uma vez que o tão desejado ajuste fiscal para melhorar o orçamento não deve ser colocado em prática com a saída do ministro da Fazenda Joaquim Levy, defensor de um controlo fiscal mais rígido para a retoma do crescimento no país.

E o Brasil continua inseguro.

Os negros são as maiores vítimas, sobretudo as mulheres que ainda sofrem nas mãos principalmente dos companheiros.

Crimes chocantes aconteceram como a chacina de oito jovens na quadra da Pavilhão Nove, claque organizada do Corinthians, na zona oeste de São Paulo, por causa do tráfico de drogas.

Entre os suspeitos estão policias militares, alguns deles presos.

No Estado do Piauí, no nordeste brasileiro, um estupro colectivo de quatro garotas praticado por adolescentes chocou o país.

Uma das vítimas foi violentada até a morte pelos rapazes.

Por outro lado, o sentimento de impunidade para os ricos parece começar a mudar.

Muitos empresários e parlamentares foram presos neste ano pela Polícia Federal em investigações que descobriram bilhões de reais desviados nos chamados "Mensalão do PT e do PSDB", da Petrobrás e de outras importantes instituições como o BNDES.

E as investigações só estão no início.

Pela primeira vez, um senador em exercício foi preso.

Delcídio do Amaral, ex-líder do PT, segundo a justiça, tentou atrapalhar as investigações da "Operação Lava Jato".

Na mira da PF está também o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que enfrenta uma série de acusações relacionadas ao esquema de corrupção investigado pela "Operação Lava Jato".

Dados enviados pela Suíça à Procuradoria Geral da República comprovam que Eduardo Cunha tem contas bancárias secretas no país europeu.

Ele nega todas as acusações e enfrenta um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.

Opositores a Eduardo Cunha defendem que a permanência dele no Congresso é insustentável..

A Presidente Dilma também não escapou às investigações.

Ela é acusada de atrasar propositalmente o repasse de dinheiro para bancos públicos e privados e autarquias, como o INSS, conhecido como “pedalas fiscais”.

A governante brasileira tem tido dificuldades para manter uma mínima base aliada para não sofrer o processo de impugnação.

O tema retornará à pauta do Congresso em Fevereiro do ano que vem.

No trânsito, insegurança.

Centenas de acidentes resultaram mais vezes em centenas de vítimas e mortos. Destaque para um ônibus de turismo que tombou no Estado de Santa Catarina e deixou 51 mortos. O veículo trafegava pela rodovia SC-418 e caiu de uma ribanceira de 100 metros na serra Dona Francisca, entre os municípios de Campo Alegre e Joinville.

Na educação, depois de vários protestos de professores pelo país em busca de melhores salários e condições de trabalho, 2015 termina com o movimento de estudantes em São Paulo.

Todos contrários à proposta do Governo Estadual de reorganizar o ensino por faixa etária.

A proposta previa o fechamento de 93 unidades de ensino em todo o Estado e a transferência de 311 mil alunos.

O meio ambiente brasileiro também não escapou.

A maior tragédia do mundo na área da mineração aconteceu em Mariana, região central do Estado de Minas Gerais.

O rompimento de uma barragem com rejeitos da mineradora Samarco destruiu todo o distrito de Bento Rodrigues e soterrou outros vilarejos.

Houve 17 mortos e ainda há pessoas desaparecidas.

A lama tóxica percorreu centenas de quilómetros e destruiu todo o Rio Doce até atingir o Oceano Atlântico, no Estado do Espírito Santo.

Milhares de peixes morreram sem ar.

A Samarco, responsável pela tragédia, continua despejando rejeitos na barragem rompida.

Até agora, nenhum responsável foi preso, mas a Presidente Dilma prometeu todos os esforços para trazer o Rio Doce de novo à vida.

E quando parecia ter terminado 2015 com todas essas situações, às vésperas do Natal, um incêndio destruiu boa parte do Museu da Língua Portuguesa na capital paulista.

Apesar da destruição do edifício, será possível recuperar o acervo virtual guardado em cópia de segurança.

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