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Representante da ONU em Luanda diz estar atenta à situação em Cafunfo


Zahira Virani, representante residente das Nações Unidas em Angola
Zahira Virani, representante residente das Nações Unidas em Angola

Nota do gabinete da representante em Luanda, Zahira Virani, pede calma e diálogo e lembra capacidade do país na resolução pacifíca de conflitos

As Nações Unidas dizem estar a acompanhar “atentamente” a situação na vila de Cafunfo, na província angolana da Lunda Norte, onde a 30 de Janeiro confrontos entre forças de segurança e manifestantes do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe deixaram um número de mortes que vai de seis, segundo as autoridades, e 23, de acordo com a oposição.

Em comunicado, o gabinete da coordenadora residente da ONU em Angola afirma estar "sempre alerta a todas as situações onde haja perda de vidas humanas e que possam pôr em risco os ganhos que o país tem alcançado no que toca à defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos”.

Enquanto diz aguardar pelas investigações ao que aconteceu em Cafunfo, o gabinete de Zahira Virani destaca "o valioso papel e a experiência de Angola no que toca à estabilidade da região, o que demonstra a capacidade do país na resolução pacífica de conflitos".

Sem indicar se está em curso alguma missão no local, a nota apela “à calma e ao diálogo”.

Tensão em Cafunfo

Duas semanas depois dos confrontos, Cafunfo continua a viver um clima de “medo” como relataram à VOA vários moradores.

Nesta semana, fontes no local indicaram que três jovens foram mortos por militares quando estavam sentados à porta de um residência, enquanto outros dois ficaram feridos.

A organização não governamental Mosaiko, que se dedica à defesa dos direitos humanos e é ligada à Igreja Católica, condenou a posição da polícia de impedir que activistas seus que se deslocaram a Cafunfo para analisar a situação deixassem a casa do padre.

Em nota a Mosaiko afirmou que “esta acção intimidatória começou ontem [quarta-feira], quando, por volta das 20 horas dois polícias apareceram na residência paroquial, alegando ter um recado para o padre”.

“Esta manhã, uma funcionária da casa tentou sair, mas foi avisada pela polícia que se encontrava à porta, de que se saísse, já não poderia voltar”, disse a organização.

As autoridades teriam afirmado que a retenção dos activistas se deve às medidas de prevenção contra o coronavírus.

Logo a seguir aos confrontos, a PN tinha impedido a entrada no Cafunfo de uma delegação parlamentar da UNITA que tencionava investigar o que ocorreu na vila.

Vários moradores fugiram para as matas com medo de represálias.

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