Em Moçambique, o porta-voz do líder da Renamo Antonio Muchanga confirmou que alguns membros do Conselho Nacional do partido defendem e propõem a divisão do país a partir da zona centro.
Para os conselheiros, a Renamo ficaria com as zonas Centro e Norte enquanto a Frelimo, partido no poder há 39 anos, governaria a região Sul, com apenas quatro províncias.
Muchanga diz que “houve uma discussão nesse sentido, com a maioria dos conselheiros a entender que se essa for solução para se acabar com o conflito é melhor. O que se quer é que o conflito armado termine".
O porta-voz de Dhlakama disse que “para eles (defensores da divisão de Moçambique), a solução seria que a Frelimo ficasse com o Sul e a Renamo com as zonas Centro e Norte. Mas é apenas uma proposta se as negociações em curso não trouxerem solução, porque não se pode continuar a derramar sangue. Não se pode continuar com dois exércitos no país a combaterem-se mutuamente”.
Para o analista politico Adelino Buque, a exigência do Conselho Nacional da Renamo é descabida porque a própria Renamo tem estado a mobilizar os seus membros para participarem nas eleições gerais de Outubro, previstas na constituição da Republica que preconiza um Estado único e indivisível.
“ Quando a Renamo diz isso no seu Conselho Nacional é contra-senso, tendo em conta que a própria Renamo, já no quadro das eleições de Outubro, se posicionou como partido de âmbito nacional que vai participar nas eleições, no quadro da constituição da Republica corrente. Eu penso que é preciso que o Governo tenha paciência e continuar o diálogo politico para manter a paz e a unidade nacional” .
Entretanto, António Muchanga confirma a participação de Afonso Dhlakama nas eleições de Outubro em Moçambique unido.
Para alguns analistas, a ideia de dividir Moçambique a partir da região centro é apenas uma moeda de pressão perante o diálogo politico em curso entre o governo e a Renamo.