O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, quer remodelar o executivo para "dar nova dinâmica à governação", mas analistas duvidam em melhorias a um ano do fim do seu mandato.
Nos círculos políticos, admitem-se que as negociações para a remodelação governamental serão mais difíceis no actual contexto político, depois das eleições presidenciais.
Nas últimas semanas, dois ministros deixaram o Governo: o ministro da Defesa e Ordem Interna,Óscar Sousa, e o ministro das Finanças e da Economia Azul, Osvaldo Vaz.
Após o primeiro encontro com o novo Presidente da República, Carlos Vila Nova, Bom Jesus disse que a remodelação “vai acontecer sem dramas” porque “há necessidade de incutir uma nova dinâmica neste último ano de governação”.
Para Arzemiro dos Prazeres, dirigente do PCD, um dos partidos da coligação no poder liderada pelo MLSTP-PSD, os procedimentos da remodelação governamental prometida há meses já não serão os mesmos, face à tomada de posse do novo Presidente da República.
“Com o novo Presidente da República, certamente haverá mais exigências para indicação dos novos ministros, pelo Chefe do Governo”, considera Prazeres, afirmando que, mesmo entre os partidos que suportam o Governo já existem mudanças de atitude, depois das presidenciais.
“Pode ser que todos os partidos membros da nova maioria parlamentar já não estejam disponíveis para participar no Governo”, admite Arzemiro dos Prazeres.
Entretanto, o analista Celso Junqueira acredita que os dirigentes dos partidos da coligação no poder mantêm-se firmes nos seus compromissos políticos e que a remodelação do Governo se fará sem sobressaltos, aliás, diz que ela nem seria necessária.
“Eu acho é que não faz sentido remodelar o Governo já na recta final do seu mandato”, defende Junqueira.
Na mesma linha de pensamento, a também analista política Ana Maria Costa considera que mais valeria indicar, apenas, os nomes para os ministros em falta, depois da saída de Osvaldo Vaz, das Finanças, e Óscar Sousa, da Defesa.