A recente decisão da Câmara Municipal de Bissau de remover os comerciantes ambulantes dos passeios do maior mercado da capital guineense, Bandim, tem sido motivo de acesa polémica.
Depois da visita do Chefe do Governo ao local, acompanhado do ministro da Administração Territorial, entidade que tutela a Câmara Municipal de Bissau, foi criada uma comissão para avaliar as circunstâncias da decisão da autarquia de Bissau e os eventuais prejuízos derivados da operação desencadeada pela Polícia Municipal.
Informações apontam o registo de muita pressão por parte da Associação dos Mercados da Guiné-Bissau junto go Governo guineense, com o objectivo de mandar revogar a decisão do presidente da Camara Municipal de Bissau, não obstante a medida ter o apoio da maioria dos munícipes.
A obstrução da passagem das pessoas no passeio do mercado de Bandim foi, ao longo de muitos anos, razões de queixa por parte dos guineenses, tendo, por isso, constituído base de várias decisões circunstanciais por parte dos sucessivos autarcas de Bissau.
Aliás, a venda ambulante no passeio do maior mercado da capital guineense representa um dos factores de insegurança aos utentes, para não falar de acidentes de viação, já que os peões são obrigados a caminhar pela estrada da avenida principal “Combatente da liberdade da pátria”.
“O passeio é reservado ao uso das pessoas, mas aqui não acontece. Verificam-se acidentes, porque as pessoas vendem em cima do passeio, o que criam perturbações”, reclamou um munícipe.
Sabe-se, entretanto, que o ministro da Administração do Território, Sola N’Quilin Na Bitchita, assinou um acordo com o presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercado das Guiné-Bissau, à luz do qual os comerciantes voltam a ocupar o espaço varrido pela Câmara Municipal de Bissau, mas a cinco metros antes do passeio.
Este facto, no entanto, está a criar um clima de desconfiança entre os titulares das duas instituições.