A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido abriu uma investigação ao Credit Suisse e o VTB Bank na sequência da operação de empréstimos de mais de mil milhões de dólares à empresa pública moçambicana, Ematum.
O americano The Wall Street Journal (WSJ) revelou que o supervisor financeiro britânico quer saber se aqueles bancos violaram as normas que exigem informações completas e verdadeiras sobre a reestruturação da empresa pública moçambicana.
Na origem das investigações há queixas de investidores que dizem não terem sido informados sobre os empréstimos que existiam à data da reestruturação das obrigações, tendo adquirido títulos sem ter acesso a toda a informação existente.
O WST escreve que os negócios visados implicaram empréstimos no valor de 622 milhões de dólares para a compra de equipamento militar e de 535 milhões de dólares para um estaleiro naval, bem como de 850 milhões de dólares em títulos de obrigações destinados à compra de uma frota de pesca de atum.
Entretanto, continua o jornal americano especializado em finanças e economia, uma boa parte parte do dinheiro destinado à aquisição da frota de pesca de atum foi desviada para a compra de equipamento militar, de acordo com os documentos orçamentais tornados públicos pelo Governo moçambicano.
O Credit Suisse e o regulador britânico recusaram-se a prestar declarações, enquanto fonte oficial do VTB Bank disse que não tinha conhecimento de quaisquer investigações.
Em Abril, o Governo moçambicano revelou nas reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, que tinha feito empréstimos “secretos”num valor superior a mil milhões de dólares.
Em consequência, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o Reino Unido e o G-14, o grupo dos países que fornecem ajuda orçamental ao país, suspenderam a sua cooperação com Maputo.
Os Estados Unidos, o principal doador de Moçambique, anunciaram estar a reavaliar a cooperação com o Governo de Maputo.