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"Rei Cobra", figura carismática da Zâmbia morreu


Michael Sata
Michael Sata

Alcunha do falecido presidente da Zâmbia Michael Sata tem sua origem na forma de ser do político.

O presidente da Zâmbia Michael Sata, morreu hoje em Londres, onde se encontrava em tratamento a uma doença não revelada. Tinha 77 anos e durante o seu mandato de três anos, ele prometeu acabar com a corrupção e controlar os investidores estrangeiros.

Os seus críticos reconhecem ter feito algum trabalho na melhoria da infra-estrutura do país, enquanto os seus amigos e colegas de trabalho consideram-no um homem de acção.

Michael Sata era mais conhecido por sua língua afiada do que por suas políticas populistas como o quinto presidente da Zâmbia.

Na sua página no Facebook, raramente actualizada, o falecido presidente descreveu-se como sendo um político cada vez mais abrasivo. Daí o seu apelido, "Rei Cobra", como explica o seu vice e que hoje assumiu a presidência interina do país Guy Scott: "Ele é chamado de Rei Cobra, porque ele faz as coisas. Ele ataca. Essa foi a origem do seu nome, a sua alcunha, porque ele diz: "Eu quero isto feito." Se isso não for feito, ele bate na na mesa no dia seguinte", explicou.

Mas o nome também foi ganho pelos seus ataques duros a jornalistas, rivais políticos e cidadãos comuns. Ele atirou-se mesmo ao ex-presidente americano, George W. Bush, a quem chamou de "colonialista".

Entretanto, Scott diz que a língua afiada de Sata escondiam uma determinação de aço.

"Eu não tenho problemas em lidar com ele. Ele gosta de rosnar, gosta de fazer as pessoas acordarem. Ele tem uma personalidade complicada, mas tem a lealdade das pessoas que o conhecem e trabalham com ele, que o amam. Mas ele é o político mais leal da Zambia”, defendeu o no presidente zambiano.

Michael Sata nasceu na então Rodésia do Norte, um protectorado britânico. Ele disse ter trabalhado por um tempo no sistema ferroviário na Grã-Bretanha, ma não há muitos detalhes disponíveis.

Concorreu à presidência por quatro vezes e na sua última e bem sucedida campanha em 2011 prometeu combater a corrupção e controlar os interesses chineses naquela nação rica em cobre.

Mas Sata também tinha um lado mais suave. A biografia oficial do seu partido, a Frente Patriótica, descreve-o como sendo um homem de família e um católico dedicado. Apesar de ter sido policia, piloto e político, ele era um populista de coração, assistia à missa em língua local e recusava beber água engarrafada até que todos os seus compatriotas tivessem acesso à água potável, pode-se ler na biografia.

Este foi, aliás, um dos muitos dos seus objectivos que ele não atendeu. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de um terço dos zambianos não têm acesso a água limpa.

A organização Zâmbia Watchdog, deu sempre ao falecido presidente nota baixa por não respeitar a constituição e não ter planos definidos.

Michael Sata morreu nas primeiras horas de hoje, 29, em Londres e já foi substituído interinamente pelo seu vice, Gyu Scott.

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