São Tomé e Príncipe recorda nesta quarta-feira o Rei Amador, o escravo que em 1595 desafiou o regime colonial português pela liberdade dos são-tomenses.
Quatro de Janeiro é o dia dos heróis da liberdade em homenagem à morte do "Rei" que promoveu a grande revolta dos escravos do século XVI no arquipélago.
A data foi assinalada hoje diante da estátua do “Rei “numa cerimónia presidida pela ministra da Educação, Cultura e Ciência, Isabel Maria Correia Viegas de Abreu.
Reza a história que Amador Vieira comandou três frentes de luta que culminaram com a conquista da cidade de São Tomé e que fundou o seu próprio reino, livre da dominação portuguesa em 1995.
“Ele aproveitou o desentendimento entre as diversas autoridades coloniais e promoveu a revolta, que culminou com a conquista da cidade de São Tomé”, explica o historiador Amaro Gaudêncio.
Entretanto, pouco se sabe sobre a vida de Amador Vieira.
Alguns documentos dizem que terá nascido em Angolares, em São Tom, em 1550, mas há historiadores acreditam que tenha chegado do continente.
O certo é que “após a conquista da cidade, ele foi traído por um dos oficiais do seu exercito e acabou preço, decapitado e o seu corpo esquartejado pela cidade”, lê-se nos documentos.
Com o passar dos séculos, Rei Amador tornou-se num mito entre os cidadãos e um símbolo de libertação do domínio colonial.
Desde de 1976, quando o escudo português foi substituído pela nova moeda nacional, a dobra, as notas bancárias do país retratam a figura de Amador Vieira, concebida pelo artista plástico são-tomense Protásio de Pina.
Treze anos após a transição democrática do país, o dia 4 de janeiro, uma das datas indicadas como a da sua morte, foi declarada pela Assembleia Nacional feriado nacional em homenagem ao nacionalista que desafiou o sistema colonial em 1595.
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