Milhares de refugiados da República Democrática do Congo recusam se a regressar ao seu país apesar de lhes ter sido garantido que a paz regessou ao Kasai de onde fugiram.
Em causa está a desconfiança que paira no ar sobre a situação de instabilidade no Congo Democrático.
No campo do Lôvua da Lunda Norte representantes das autoridades do Congo Democrático dizem ter como missão dar início no próximo mês ao repatriamento voluntário dos refugiados que se encontram no campo , dando garantias de que a guerra faz parte do passado.
Essa garantia foi dada pelo governador de Kasai no encontro mantido na Lunda Norte entre autoridades angolanas, da RDC e ACNUR.
“Estamos a falar da situação da guerra, é para confirmar que não há mais guerra na RDC", disse o governador Alphonse Kasanji.
No campo do Lôvua estão mais de 25 mil refugiados que negaram aceitar a posição das autoridade congolesas.
Ngalula Dorkassy é uma das refugiadas que perdeu um braço no conflicto étnico.
Dorkassy acrescentou que grande parte dos refugiados que se encontram no campo do Lôvua, entendem que as autoridades do Congo Democrático estão a mentir e só poderão voltar assim que se comprovar que realmente há paz na RDC.
O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR disse ser necessário uma avaliação profunda da situação dos refugiados do campo do Lôvua.
“É preciso uma avaliação tripartida", disse .
Sabe-se que está previsto para Março próximo, outro encontro tripartido para se poder definir o início do processo de repatriamento voluntário dos refugiados congoleses democráticos.