Angola tem cerca de 70 mil refugiados de diversos países, dos quais cerca de 15 mil concentram-se em Luanda e mais de 23 mil são provenientes da República Democrática do Congo (RDC).
Os dados são de Filipa Gandla, representante do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR), quem revela ainda que “em geral temos mais ou menos 70 mil refugiados e requentes de asilos, a maior parte da RDC, bem como da Eritreia, Etiópia, Mauritânia e Sudão”.
A travessia da vedação fronteiriça transformou os cidadãos congoleses em seres apátridas, vulneráveis e dependentes, tornando-os refugiados.
No Lóvua, a realidade dos congoleses encaixa-se na perfeição no retrato geral da vida em campos de refugiados, vivendo em tendas, à mercê da comida disponibilizada mensalmente pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).
O chefe do escritório do ACNUR na província da Lunda Norte, Abdallahi El Bah, garante que “só com uma reunião tripartida entre os governos de Angola e da RDC e o ACNUR será possível decidir sobre o repatriamento voluntário do mais de 20 mil refugiados assentados no Lóvua”, dos quais 85 por cento manifestaram interesse em regressar à RDC.
Entretanto, Teresa Silva e Silva, diretora do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço de Migração e Estrangeiro, alerta para o aproveitamento de muitos cidadãos à procura de melhores condições económicas e que levam a prejudicar quem realmente precisa.
“Uns aproveitam para fácil lucro prejudicando os que realmente precisam", denunciou Silva e Silva.
O Dia Mundial do Refugiado, que se assinala a 20 de Junho, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2000, na tentativa de consciencializar governos e populações sobre o problema grave dos refugiados a nível mundial.
Na actualdiade, existem mais de 70 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo que foram forçadas a encontrar um novo local para viver, com destaque para Médio Oriente, Sudeste Asiático, África Oriental e Corno de África.