Depois da avalanche registada na semana passada no centro de trânsito de Maputo para as vítimas da vaga de xenofobia na África do Sul, nesta segunda-feira, 20, o local esteve calmo.
Das cerca de uma centena de repatriados que chegaram na quinta-feira, apenas quatro vítimas permaneciam hoje, uma vez que as restantes foram levadas às suas respectivas zonas de origem.
Das quatro pessoas presentes, duas chegaram ontem, fugindo da violência na chamada terra do Rand.
João Tomás e Abílio Secane dividem a mesma tenda, mas tem estórias diferentes. Secane, 48 anos, é natural da Beira e trabalhava como canalizador desde 1995 na África do Sul. Deixou a mulher e dois filhos e pensa agora em começar tudo de novo.
Tomás, de 35 anos, chegou ao Centro de Boane graças à ajuda da polícia sul-africana e de irmãs católicas que o ajudaram com dinheiro.
Além da acomodação, o centro tem uma tenda hospitalar preparada para dar assistência médica e psicológica às vítimas. Castro Santos é um dos enfermeiros da equipa.
Nesta tarde é esperado o segundo maior grupo transportado pelas autoridades moçambicanas. Segundo dados oficiais, deverão chegar pelo menos dois autocarros, com cerca de uma centena de vítimas, que vão passar pelo centro de Boane.