O Governo angolano está com dificuldades para conseguir financiamento para tirar do papel as refinarias de Cabinda, Lobito e Soyo.
Esta realidade foi assumida pelo ministro dos Recursos Minierais Petróleo e Gás, nesta segunda-feira, 5, mas Dimantino Azevedo, que acredita que os projetos serão levados "a bom porto".
Especialistas estão céticos, enquanto ativista no Zoyo diz que lá “não há nada”.
Azevedo reconheceu existir dificuldades endógenas e exógenas, causadas pelo atual contexto internacional.
O economista e jornalista que entrevistou o ministro na primeira edição das "Conversas sem Makas", Carlos do Rosado, aponta uma série de necessidades e diz “ter dúvidas” quanto, por exemplo, aos projetos no Soyo e no Lobito.
No Soyo, o ativista local Raul Paulo vai mais longe e afirma que “aqui não existe nada, porque todo o material que aqui chegou para a refinaria do Soyo, meses depois começou a ser levado de volta para o Lobito”, e conclui que “não passou de uma simulação, para enganar a comunidade de fora e de dentro, a refinaria aqui no Soyo é mentira".
O presidente da Associação Industrual Angolana (AIA), também sobre a refinaria do Soyo, recoge a uma expressão popular e diz que “está fora de questão, não sei se se vai conseguir financiamento".
José Severiano alerta ainda que “no contexto de medidas ambientais de combate aos combustíveis fosseis, os investidores receiam esta perspetiva do que vai ser refinado, nós não fizemos as refinarias em momento oportuno, agora é um bocado mais difícil encontrar investidores que abracem a refinação."
Em relação a Cabinda, a perspetiva do Governo é mais animadora e aponta que em Dezembro podeerá estar concluída a primeira fase do projeto.
Mas o professor e ativista Alexandre Kuanga Nsitu, em Cabinda, coloca reticências.
“Segundo o andamento das obras , eu não acredito que em Dezembro seja possivel inaugurar mesmo a primeira fase, devido ao histórico do Governo de fazer inaugurações para televisão mas na prática nada".
Entretanto, o ministro Diamantino Azevedo remata que “o que temos que fazer é estar mais atentos, trabalhar afincadamente com os investidores, criar um ambiente propício para que mais investimentos surjam".
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