Vários analistas dizem que os contratos assinados entre o Governo moçambicano e as multinacionais para a exploração de recursos naturais deviam ser revistos, de modo a que os enormes investimentos no sector possam contribuir para diminuir a pobreza no país.
Moçambique, apesar do seu enorme potencial em recursos naturais, sobretudo energéticos, apresenta ainda elevados níveis de pobreza. Todos os recursos são absolutamente exportados em bruto.
O analista Tomás Rondinho diz que a fundição de alumínio Mozal, localizada na Matola, sul de Moçambique, e a companhia que faz a exploração de gás natural em Temane e Pande, na província de Inhambane, igualmente no sul, fazem parte dos mega projectos cujos contratos deviam ser revistos em benefício do país.
A economista Inocência Manuel afirma que, se no passado esses contratos faziam sentido, agora não há como defendê-los.
"Esses contratos foram assinados numa situação em que Moçambique não tinha know how sobre como explorar e gerir, nem capital para investir no sector dos recursos naturais, mas acho que já houve tempo de recuperação do investimento, e penso que é momento de revermos os contratos", destacou.
Entretanto, Rondinho defende que as multinacionais devem ser obrigadas a observar a questão de conteúdo local, adquirindo no país alguns bens e serviços, o que poderá contribuir para o desenvolvimento das pequenas e médias empresas moçambicanas.